De 03 a 05 de Julho;
o começo...
Neste período participamos da seleção ou melhor, de inclusão no curso de Licenciatura em Pedagogia pela UFBA, foram dias de tensão, apesar de saber que de certa maneira já estava a um passo de adentrar na Faculdade. Palavras, palavras foram surgindo durante todo o processo de seleção. Dentre elas uma que ficava e permanece martelando na minha cabeça, TRANSFORMAÇÃO. E, olha que venho tendo bons resultados.
Por ter sido por muito tempo uma pessoa bastante tímida, tinha medo de abrir a boca, ficando presa no casulo da absorção de conhecimentos. Esses conhecimentos ficavam retidos dentro do meu eu, muitas vezes de nada serviam. Quanto tempo perdido, hoje tenho a certeza de que esses conhecimentos condicionados muito pouco contribuíram na formação dos alunos que passaram por essa etapa da minha vida. Por sorte, antes mesmo de causar um dano maior percebi que precisava mudar. Se não por mim, mas pelos pequenos.
Quando cheguei a primeira etapa da Faculdade, a seleção. Já estava meio caminho andado, rumo a transformação, eu estava mais solta e participativa como nunca tinha sido antes. foram dias enriquecedores.
O objeto da seleção fora a produção de um memorial tendo como pontos de referência os seguintes marcadores: Eu aluno, Eu professor e Eu na formação continuada. A metodologia usada no processo foi a escrita apoiada, diversos autores nos foram apresentados assim como seus textos, muitos deles voltados a memória já que este era e é o eixo central da nossa inclusão e também formação.
A partir daí, minhas expectativas em torno da formação começaram a ser formuladas literalmente. Ansiedade, angústia, busca do novo e da transformação foram as palavras que me acompanharam por todo processo e continuam, acredito eu que continuarão por toda minha vida.
De 31/07 a 02/08;
Seminário de abertura...
A lista de classificação chega aos nossos conhecimentos, lá estava o meu nome na trigésima terceira posição, se não me falha a memória, poucos dias depois chega o convite de convocação e de matrícula e logo depois dar-se início o seminário de abertura.
O seminário de abertura foi bastante dinâmico, as palavras que fizeram parte do processo seletivo estavam de volta; algumas (conquista, sonho, continuação, formação, desafios, realidade, perseverança, crescimento, conhecimento, IN-formação, memorial,que não poderia faltar...), eu as vi com um outro olhar não mais aquele de sonho, de distanciamento e sim, de realidade e possibilidades. As palavras começaram a criar vidas e me invocaram a viver intensamente os dias do seminário, tirando o máximo proveito das situações e desafios propostos.
Houve no seminário a apresentação de uma palavra desconhecida do meu vocabulário, fractal (cópias reduzidas de um todo) , eu tomei posse desta palavra, ela é a representação das minhas transformações, digo isso por conta do último dia do seminário que houve o Trote Cultural com os alunos do curso de Licenciatura em Música, até eu fiquei surpresa com a minha atitude de fazer uma apresentação instruída ao grupo no qual eu fazia parte, tinhámos que usar o nosso corpo para produzir sons e no fim da manhã apresentarmos a todo grupo, inclusive aos professores da UFBA. Foi uma situação surreal, a Brisa vestida daquela timidez sufocante, jamais se daria a chance de experimentar o novo. Fui dividida em muitos pedacinhos, a tímida ainda estar aqui não mais com o poder absoluto.
Neste mesmo dia, no período da tarde, abri meu E-mail, sem saber ao certo o significado e a importância do mesmo por todo processo. Logo depois, o dilema. A escolha das atividades;"O que escolher? Quantas horas tenho que ter por ciclo? Neste momento o que preciso aprender com mais urgência?"
Além das obrigatórias( Orientação, Diário de Ciclo, Produção Livre e o Geac), de imediato a fiz também obrigatória a de Oficina de Computação, a princípio apenas porque sentia a necessidade de melhorar a minha interação com a máquina e também sabia que iria precisa muito dela. Não imagina que seria com um fluxo tão intenso.
As outras também foram pensadas no quanto eu poderia estar me aperfeiçoando enquanto professora, foram elas: Os filmes ( Nós que aqui estamos por vós esperamos. Colcha de retalhos. O jarro.); Oficina da Palavra escrita e a de Computação, que já havia mencionada; Gelit; os Cursos de Legislação e Educação brasileira e o de Narrativas Pedagógicas.
O caminho é longo, algumas pedras foram e serão encontradas no meio do caminho, mas a formação está acontecendo em todos os encontros.
"Felizes são os homens que sabem aproveitar os momentos e as oportunidades".
INÍCIO DA JORNADA ACADÊMICA: Palestra: Estudos on-line: ambientes de rede/MATUTINO e Oficina de computação/VESPERTINO. 16 de Agosto de 2008.
A formação de uma comunidade de aprendizagem [...] desenvolve-se na sala de aula ou na WEB quando todos os membros do grupo, incluindo o professor, se encontram envolvidos num esforço conjunto de construção da compreensão no processo de criação da comunidade e também no decurso das actividades de aprendizagem. Paulo Dias
E, foi assim, com a ementa voltada ao conceito de criação de uma comunidade que detinham interesses partilhados, ou seja, todos os cursistas comungando pelo mesmo desejo, o de ter uma formação acadêmica, que o curso de formação continuada do município de Irecê em parceria com a UFBA (Universidade Federal da Bahia) deu o primeiro passo rumo a nossa formação acadêmica com a consistência mais efetiva, interligando teoria e prática.
No dia 16 de agosto o ponta pé inicial é dado, às 08:00 horas da manhã, não tão precisamente, os cursistas que optaram pela palestra voltada ao ambiente on-line e a oficina de computação;diga-se de passagem que Mª Bonilla (professora) a fez obrigatória para todos já que a essência do curso é semi-presencial, o PC seria sem dúvida o instrumento principal do curso na interlocução entre professores e alunos, alunos e alunos ou vice-versa. "Virtual é real, mas não presencial".
Fiz a escolha certa, estava realmente precisando me adequar ao manuseio do PC. Confesso que fiquei assustada logo de cara com a apresentação da ementa e por todo o decorrer da palestra. Me senti vazia, desequilibrada, a palestra mexeu com a minha estrutura. A quase um ano antes do curso eu tinha feito um destes curso básico de seis meses de computação com o intuito de me preparar, e veja a contradição, só para começar: o curso que fiz foi voltado ao sistema operacional da WINDOWS enquanto o que Bonilla nos trouxe era um SOLF LIVRE com possibilidades semelhantes, porém com uma proposta um pouco distante das noções que eu havia adquirido; adquiri pouquissimas noções das diversas possibilidades que o PC pode nos proporcionar; abrir alguns programas, usar a internet unicamente com a finalidade de pesquisas, e principalmente, a de controlar o mouse, pense num ratinho -trabalhoso-(como diria minha sobrinha, 04 anos). Já a proposta era conhecer a concepção do curso, perder o medo tecnológico, ter uma participação efetiva nos ambientes que mais tarde foram nos apresentados, salientando que foram e serão nossas âncoras no decorrer de todo o curso.
No decorrer dos dias destinados a oficina de computação os ambientes virtuais que iriam faz parte do currículo do curso foram nos apresentados e fizemos nossos cadastros para ter acesso livre e permanente neles, dentre eles: E-mail= possibilidade de interlocução, correio eletrônico; yahoogrupos= espaço de troca livre, lista de discussão coletiva; moodle= espaço de apresentação das ementas das aulas e atividades do curso, fórum; Blog= diário virtual, finalidade: conter atividades produzidas e realizadas no percuso do curso, Chat= bate-papo.
A princípio me senti um peixinho fora d´água, não compreendi muito bem as "novidades" virtuais que nos foram apresentados, foram muitas informações para serem processadas em um curto espaço de tempo. Demorei para conseguir apropriar-me dos ambientes com autonomia e confiança, nos de hoje já consigou, mas sem grande destreza.
Ah! recordo-me da primeira atividade usado o ambiente do Moodle, foi um pega pra capar, após ler os textos indicados no grupo presencial (Comunidades virtuais: herança cultural e tendência contemporânea, Paulo Dias;e Cibercultura, Pierre Lévy) tinhamos que expressar nossas opiniões no forum, e lá fui eu. Entrei no moodle, tudo bem, mas o pior estava por vir. "Como acessar o fórum, clicava num atalho, noutro e nada, minha sorte foi a disponibilidade de um aluno do curso de Música que me ajudou, mostrando o atalho de entrada para o fórum. Ufá! tinha conseguido. Mas o quebra cabeça não parou por ai não e ainda continua, um outro episódio que me deixo apreensiva e desta vez sem ninguém para me socorrer foi quando tive que fazer minha primeira postagem no blog, a cena do fórum se repetiu, pois eu não sabia onde clicar, como eu estava só e era eu ou eu mesma, perdi o medo e comecei a futucar até que descobri que tinha que clicar em nova postagem no painel de tarefas, e foi a partir deste dia que perdi o medo de futucar e estou tendo muitas descobertas: aprendi a enviar anexos, e-mail pessoal, até transferi um hipertexto para a página do meu blog... Dificuldades, ainda tenho inúmeras, porém com o diferencial da confiança e da esperança de minimizá-las.