sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Práticas Pedagógicas e TIC

Resultado do desenvolvimento da sequência didática: Calculadora, pode!


O sequência didática decorrente da área de Matemática foi elaborado e desenvolvido, após as primeiras aulas do Geac: Práticas Pedagógicas e TIC com a professora Maristela Midlej.


O título escolhido para a sequência foi “Calculadora, pode!”, escolhi esse título com o objetivo de demonstrar o quanto podemos explorar o uso de diversas ferramentas no contexto da sala de aula, inclusive o uso da calculadora, e que quando os alunos são bem orientados quanto ao uso deste recurso que, eles têm acesso com facilidade, muitos conhecimentos de cálculos são desenvolvidos. No PCN de Matemática a calculadora é indicada a ser incorporada aos recursos didáticos do professor, para validar a eficácia desta recomendação estudos e experiências foram realizados e segundo o indicativo do PCN:

Estudos e experiências evidenciam que a calculadora é um instrumento que pode contribuir para melhorar o ensino da Matemática. A justificativa para essa visão é o fato de que ela pode ser usada como um instrumento motivador na realização de tarefas exploratórias e de investigações. (2001, p. 46)

Porém, é sabido que a calculadora foi barrada na porta das salas de aula veementemente por muitas décadas. Portanto, não é possível continuarmos a ignorar a realidade evidente de que ferramentas tecnológicas avançadas “invadem” progressivamente os espaços, principalmente da nova geração que estão na escola. Para tanto, o uso da calculadora precisa sim ser explorador em detrimento do saber matemático e das múltiplas possibilidades de exploração e de investigação que ela promove para a ampliação deste saber e do desenvolvimento do raciocínio lógico.


Diante, da evidência significativa do uso da calculadora na sala de aula, fiz uma sequência didática com o objetivo de usá-la e explorá-la junto aos alunos do 5° ano, no contexto da sala de aula. E, não foi surpresa a receptividade positiva do envolvimento dos alunos.


A princípio, por não terem costume de explorar os recursos oferecidos pela calculadora eles demonstraram dificuldade, que foram sendo superadas com as intervenções feitas por mim e o desenvolvimento da confiança de explorar o que ainda não era conhecido. Então, eles realizaram cálculos livres, pois já tinham costume, identificaram os elementos que compõem uma calculadora e logo depois, solicitei a exploração aos panfletos das lojas.


Sendo a proposta da atividade o uso da calculadora para resolver situações-problemas no decorrer da sequência didática os alunos em diferentes disposições referentes ao agrupamento, ou seja, em dupla, em grupo, individual realizaram as atividades que foram solicitadas, todas baseadas na resolução dos problemas que eles mesmos produziram, segundo os conhecimentos adquiridos dos conceitos das quatro operações, utilizando como apoio os panfletos das lojas.


Embora, a dificuldade tenha surgido, como era o esperado, os alunos se saíram bem, após terem conseguido se aproximar das outras possibilidades de cálculos que a calculadora propicia. O envolvimento foi espontâneo e a interação, principalmente entre eles foi satisfatória, pois em outras atividades, principalmente, em grupo o entrosamento nunca tinha sido tão sociável.


Referência:

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: matemática/Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. - 3. ed. - Brasília: A Secretaria, 2001.

Sequência Didática/Matemática

UFBA/IRECÊ LICENCIATURA EM PEDAGOGIA SÉRIES INICIAIS
CURSO – GEAC TIC E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

PROFESSORA – MARISTELA MIDLEJ
DISCENTE - BRISA SENA NUNES


Calculadora, pode!

Objetivos:

- Estimular o uso da calculadora, de modo consciente e responsável;
- Resolver situações-problema que envolva as quatro operações;
- Ter noção de porcentagem, calculando juros simples;
- Vivenciar processos de resoluções de problema, percebendo que para resolvê-los é preciso compreender;
- Propor e executar planos de solução, verificando e comunicando as respostas;
- Perceber que a matemática está presente em nossas vidas, e que o aprimoramento dos conhecimentos matemáticos favorece o saber lidar com situações do cotidiano;
- Utilizar à calculadora como um suporte para a verificação de resultados.
Conteúdos:

- As quatro operações;
- Situações problema;
- Noção de porcentagem
Ano:
- 5° ano
Tempo estimado:
- 4 aulas
Material necessário:
- Panfletos de lojas de móveis;
- Caderno;
- Lápis, borracha, caneta;
- Papel ofício;
- Calculadora ou celular.

Desenvolvimento (descrever as dinâmicas/ estratégias de utilização das tecnologias):
1 ª etapa:
- Dividir os alunos em grupos, cada grupo com 4 alunos, usar dinâmica para organizar os grupos; - Distribuir para cada grupo dois panfletos de lojas diferentes;
- Solicitar aos grupos que escolha dois produtos diferentes no mesmo panfleto e calcule o valor total dos produtos, usando a calculadora;
- Verificar se nos dois panfletos tem o mesmo produto, caso tenha fazer a comparação de preços, usando a calculadora para verificar a diferença;
- Escolher um dos produtos e dividir o preço total em 3 parcelas, e ir ampliando o número de parcelas. Comparando os valores, inferindo suas interpretações; por que o valor diminui quando aumenta as parcelas? Ou por que o valor aumenta quando diminui as parcelas? Usar a calculadora;
- Utilizar a multiplicação como inverso da divisão, e também, no cálculo do valor de um determinado produto, simulando a compra de dois ou mais produtos iguais, usando a calculadora; - Elaborar alguns problemas, utilizando as quatro operações, entregá-los a um dos grupos para resolvê-los. Fazendo uso da calculadora;
- Socialização dos resultados.

2ª etapa:
- Atividade individual;
- Cada aluno irá elaborar cinco problemas, considerando que em cada problema uma das operações seja contemplada, porém a última operação terá que envolver mais de uma operação; - Escolher um dos colegas para resolvê-los, fazendo uso da calculadora;
- Socialização suas respostas.
3ª etapa:
- Atividade em dupla;
- Um determinado produto será citado, os alunos observarão o valor correspondente e em cima deste valor vai embutir um determinado juro. Verificar o valor que ficou, e o quanto aumento do valor inicial, repetir esse procedimento com outros produtos, usando a calculadora;
- Diminuir de um determinado valor, certa porcentagem, verificando quanto foi diminuído no valor do produto, repetir com outros valores, usando a calculadora;
- Cada aluno da dupla irá elaborar três situações-problema e passar para o colega parceiro resolvê-los, usando a calculadora;
-Socialização dos resultados.

4ª etapa:
- Atividade em grupo, usar dinâmica para dividir os grupos;
- Para cada grupo entregar uma atividade com duas situações-problema, eles irão resolver sem o uso da calculadora, em seguida irão utilizar a calculadora para verificar as respostas;
- Usar a criatividade e elaborar problemas que envolva os conceitos de resolução e interpretação das quatro operações e também porcentagem; elaborar no mínimo seis problemas e entregar a outro grupo para que resolvam sem a calculadora, usar a calculadora para verificação dos resultados;
-socialização dos resultados.

Avaliação:
- Observar o desempenho dos alunos nas diferentes etapas do processo, seja, resolvendo as situações-problema ou na elaboração dos mesmos, verificando o desempenho que apresentam na resolução de problemas com e sem a calculadora;
- Observar a interação dos grupos e duplas;
- Auto-avaliação.

domingo, 7 de novembro de 2010

Geac Tic



Síntese dos texos:
Subjetividade, tecnologia e escolas (Márcia Leite e Valter Filé; orgs.)
"Cabeças digitais" um motivo para revisões na prática docente (Roseane A. dos S. Abreu)

O texto "Subjetividade, tecnologia e escolas aborda o espaço/tempo na subjetividade do sujeito e a relação que este estabelece com o meio; espaço escolar, tecnologias e os indivíduos que também se inserem neste espaço, intercalando suas histórias, constituindo uma rede no plural, intercruzando espaços/tempos.
Para refletir sobre espaços/tempos é preciso "romper com a ideia do espaço único e neutro," segundo (Leite e Filé, orgs. p. 117), pois os espaços se configuram na realidade de cada individuo de modo diferente, a partir do tempo em que está vivenciando as situações decorrentes. E quando se parte para o ambiente escolar esses indivíduos precisam ser considerados e respeitados dentro de suas singularidades. Para tanto, é importante, perceber que os alunos e alunas têm o seu próprio tempo de receber e assimilar informações e que o uso das novas tecnologias na sala de aula não serão o fator primordial para que a aprendizagem aconteça de forma homogenia, alias, não existe formas nem concepções que possibilitará uma aprendizagem uniforme entre os sujeitos, pois cada um é um. Assim sendo, é importante refletir sobre o uso das diferentes ferramentas tecnológicas, sejam eles; caderno, lápis, computador, retroprojetor, televisão ou outros. O foco da reflexão é direcionado ao fazer pedagógico utilizando essas ferramentas, percebendo se elas garantem por si só as necessidades dos alunos e das alunas.
Leite e Filé-orgs. (p.122) ressaltam que: "Saber fazer o uso "adequando" das tecnologias é apenas um dos fios que se podem puxar para pensar a educação e, importa dizer, isso vai além de utilizar o retroprojetor, a televisão, o vídeo ou o computador. Estes são, apenas, alguns dos instrumentos que requerem técnicas".
Portanto, não é simplesmente, aprender sobre técnicas para fazer uso das ferramentas, o interessante são os usos 'astuciosos' e 'clandestinos' que se fazem destes produtos. Compartilhando, principalmente as experiências, considerando os movimentos singulares e coletivos que possibilitam a construção de histórias originais, revelando as microdiferenças entre os sujeitos.
Isso significa que é ilusório acreditar que a educação só será de qualidade se houver as novas e avançadas ferramentas tecnológicas. O que se deve considerar é a atuação de cada um e do grupo na construção dos saberes individuas e coletivos.
Por isso, do ponto de vista de Leite e de Filé: "[...] poderemos perceber que o cotidiano escolar é um espaço/tempo de emancipação, em que é possível aos sujeitos, pelas próprias formas de utilizar o que lhes é imposto, criar alternativas, inovar, reinventar, apropriar-se de modo singular e original e principalmente reconhecer a relevância do que produzem"(125).
Neste sentido, se faz necessário fazer emergir uma nova concepção de educação que busque reavaliar o conhecimento-emancipação [...] (LEITE e FILÉ, p 125).
O conhecimento-emancipação é uma concepção que deve ser considerando no texto "Cabeças digitais": um motivo para revisões da prática docente, por se tratar de um assunto da necessidade de re-significar o fazer pedagógico do docente mediante a penetração da Internet no espaço escolar.
Para tanto, é necessário revisar o fazer docente, percebendo "que o processo de globalização fortimento incrementado pelas redes de computadores, faz com que as fronteiras nacionais desapareçam e surja uma espécie de sociedade virtual" (CEBRIÁN, 1999 apud ABREU, p.163).
Nos dias atuais, a educação convencional vem se degradando gradativamente. O movimento do desenvolvimento depende, também da escola para formar sujeitos capacitados para as novas exigências do mercado. As escolas não podem ficar aquém dos novos avanços e precisam ser inseridas no novo conceito de sociedade dinâmica. Portanto, é evidente que os professores se adequém ao novo sistema de ensino e de aprendizagem, mas para que isso aconteça de fato, o paradigma de "dono do saber" precisa ser quebrado. A emancipação do saber está invadindo as escolas, principalmente, quando se trata do uso das ferramentas digitais, os alunos e alunas detém muito mais conhecimento do que os professores.
Pensando na concepção pelo viés da hierarquia, os papeis se invertem, isso é, perigoso para os professores que não estão preparados para abrir mão do poder. Porém é preciso saber lidar com a nova situação e a pressão inerente do novo cenário escolar.
O novo fazer pedagógico deve ser revestido de movimentos dinâmicos. É necessário que os professores, segundo Abreu (p.176): "Reconhecem que o modelo no qual a maioria foi constituída está ultrapassada e que precisam construir uma prática mais colaborativa, baseada na troca entre professores e alunos".
Segundo Abreu (p. 177): Manter-se atualizado, não somente no que se refere ao conhecimento, mas também à tecnologia, parece ser, uma exigência".

Ambos os textos indagam sobre o uso das ferramentas tecnológicas digitais, principalmente, no espaços escolares, o como estar sendo a receptividade entre os professores e o uso das ferramentas, como estes estão lidando com as novas exigências. Contudo, o fazer pedagógico precisa ser revitalizado pondo em prática as novas possibilidades de interação do saber entre professores e alunos.

No filme "Entre os muros da escola" pode-se perceber a mudança de postura do professor de francês quando se muda de ambiente. No habitual ambiente da sala de aula ele se mantém no seu posto de "dono do saber", já quando ele e os alunos vão para sala de informática o professor tornar-se reflexivo, permitindo as intervenções dos alunos.
Será que o ambiente da sala de aula tende a engessar o professor de tão maneira, que ele só consegue perceber capacidade em si mesmo?

O professor precisa se adequar as novas demandas exigida pelos alunos contemporâneos, a atividade arcaica da exposição, que só o professor fala e os alunos ouvem não enquadra mais no contexto atual. Os alunos estão atenados e exigem atualização dos professores. A articulação do ensino com novas ferramentas faz-se necessária no ambiente da sala de aula. Pois, os alunos atuais estão inseridos em um contexto mais dinâmico e consequetemente, a utilização das ferramentas tecnológicas fazem parte do cotidiano deles, muito mais do que dos professores.



Referências:

LEITE, Márcia; FILÉ, Valter (orgs). Subjetividades, tecnologias e escolas. Rio de Janeiro: DS&A, 2002.

ABREU, Roseane Albuquerque dos S. "Cabeças digitais": um motivopara revisões na prática do docente. São Paulo: Loyola, 2006.

sábado, 5 de dezembro de 2009

PRODUÇÃO LIVRE/CICLO III

Pavê de Diário

Ingredientes:

58 Cursistas

1 Computador

Recheio:

3 Gelits

3 Geacs

3 Oficinas

3 Gecis

3 Palestras

6 Cursos

1 Projeto

Seminário inicial a gosto

Uma pitada de seminário final


Cobertura

Vários professores

Orientação

Leituras

Modo de preparo


Tire o sonho dos cursistas pondo-os de molho em frente ao um Computador. Vai agregando as reflexões no Diário de Ciclo, dos Cursos, Oficinas, Gelits, Geacs, Palestras, Projetos, Gecis e os Seminários Inicial e Final.

Unte a memória com muita leitura. Regue o diário com citações.

Abra uma pasta no arquivo do computador, digite os conhecimentos, dosando a prática e a teoria. Não pode deixar de acrescentar as contribuições dos professores e do grupo de orientação. O Diário está pronto.

Tenha uma boa degustação.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Oficina de Criações Artísticas

A educação em arte propicia o desenvovimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentidoà experiência humana: o alunodesenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por eles e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas. (PCN, 2001, p.19)


Participar da Oficina de Criações Artísticas despertou em mim a sensibilidade de apreciar a natureza com mais percepção, percebendo que a natureza é a obra mais grandiosa do Criador. Os elementos que compõem a natureza nos mostram que nada precisa ser igual, e o que é melhor, de fato nada é igual, a beleza está na diferença e na diversidade.

Para conferir o processo criativo pelo qual passei junto com os meus alunos confira o relato abaixo:


DIVERSIDADE = RESPEITO

Dia 27/08/2009


Foi realizado o primeiro encontro da oficina de Criações Artísticas com a professora Giovana Dantas, Artística Plástica. No decorrer das quatro horas de aula, ela nos orientou na investigação de noções básicas do processo criativo aplicado no trabalho artístico e também nos deu uma introdução à história da Arte. A proposta da atividade foi passada, e ficamos sabendo que seria a produção de uma obra de Arte. Confesso que saí sem saber ao certo qual seria o meu “projeto criativo”. Saí do espaço Ufba/Irecê com a atenção mais voltada para o ambiente, não só natural, mas o todo. A atenção foi meio às pressas, pois não podia perder o ônibus. Através da sensibilidade de Giovana, aprendi a compreender que tudo e que todos que estão envoltos nos ambientes têm sua essência e beleza. Então, aproveitei o retorno para casa e contemplei a paisagem, observando a vegetação do nosso grandioso sertão com o olhar de admiração.


Dia 28/08/2009


O segundo encontro estava para começar, e eu não tinha nenhuma ideia planejada. Porém, uma sementinha que já germinava dentro de mim há muito tempo começou a ser desenvolvida através da exposição dos projetos pensados pelos colegas, pois os mesmos estavam muito ligados à exploração dos recursos da vegetação sertaneja.

Desde muito cedo, eu já admirava a paisagem do sertão, em particular na época da seca, talvez por presenciar ano após ano a resistência teimosa dos vegetais nativos da nossa região. Mesmo sem chuvas, eles permanecem na luta pela vida, esperando que a chuva caía de novo e assim que começa a chover o reavivamento deles é tão sensacional que desperta em nós mais e mais esperança. Diante da minha contemplação por esta beleza, pensei em utilizar as folhas secas no meu projeto, estabelecendo relação com o preconceito humano pelos seus semelhantes e com a falta de respeito por ambos os seres – humanos e vegetais. Sendo assim, o nome do meu projeto ficou definido por “Diversidade = Respeito”. Então, pensei em representar a diversidade do bioma sertanejo, usando algumas folhas secas coladas no desenho do corpo de pessoas com características físicas diferentes.


Dias 29 a 30/08/2009


Passei esses dias observando mais atentamente as folhas dos vegetais e pensando em como realizar a construção do meu projeto.


Dia 31/08/2009


Comuniquei aos meus alunos do grupo 08 sobre a produção que teríamos de realizar, deixando-os a par do contexto da oficina, e pedi as suas contribuições para a conclusão do mesmo. O interessante foi que o tema do projeto coincidiu com os conteúdos programados para o 2º bimestre/2009 – Violência e Respeito, na área de Filosofia. A receptividade por parte dos alunos foi imediata. Eles se prontificaram na contribuição do que fosse possível.


Dias 14 a 18/09/2009


Agucei a curiosidade dos alunos pedindo para que eles verificassem os vegetais que haviam no caminho da escola para suas casas e os que haviam nos seus quintais. No dia seguinte, a confusão para expor as “descobertas” sobre o tamanho das plantas, os formatos das folhas, se tinham flores, frutos ou não foi geral. No fim, tudo deu certo, consegui contornar a ansiedade deles e intervir para a obtenção de uma compreensão mais sistematizada e voltada para diversidade e o respeito.


Dias 21 a 25/09/2009


Observei que seria muito difícil conseguir folhas secas, pois muitas plantas estão completamente sem folhas, e as que se encontram no chão estão degradadas. Diante desta surpresa da natureza, decidi mudar o meu projeto trocando as folhas secas por folhas verdes das plantas que ainda conseguem resistir à seca.


Dia 05/10/2009


Eu e os meus alunos saímos pela mata à procura de folhas. Colhemos algumas folhas de juá e são joeiro para composição. Escolhi dois alunos com características físicas diferentes para contornar seus corpos. A posição ficou a critério dos mesmos. A colagem foi realizada.

Concluo que todo processo criativo tem sua beleza por mais simples que ele pareça.

Apreciem a diferença...


PARÂMENTROS CURRICULARES NACIONAIS: arte. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. -3. ed. -Brasília, 2001.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

GEAC: AO LONGO DA HISTÓRIA

HISTORIA DA EDUCAÇÃO E DA PEDAGOGIA AO LONGO DO TEMPO

Há muitas maneiras de resgatar a memória
do passado a partir de documentos,
mas caberá ao historiador
levantar hipóteses sobre as fontes investigativas.
(Túmulo de um guerreiro Mochem, com cerca de 1500 anos, Peru Apud ARANHA, 2006).



História da educação e da pedagogia ao longo do tempo é de fato um estudo imprescindível para nós, professores. Pois, é neste contexto que poderemos transitar para obter a compreensão da evolução do sistema de ensino e aprendizagem e também as ressonâncias que permeiam até os dias atuais a nossa prática no âmbito escolar e a nossa cultura social, política e econômica.

Neste sentido nos cabe saber que temos uma educação alicerçada nos parâmetros europeus, não só pelo fato histórico de termos sido colonizados pela monarquia portuguesa, mas também porque o Brasil está situado no hemisfério ocidental, esses dois aspectos mostram a influência de vários períodos da história da civilização humana na nossa formação em pleno século XXI.

O percurso que traçamos nos encontros do Geac tem inicio na Grécia Antiga (a. C.), período demarcado pelo nascimento de Cristo, para os cristãos. A Grécia ganhou a consistência histórica de berço da civilização, por ter influenciado na formação cultural e educacional de outras nações, neste estudo o foco ficou direcionado ao Ocidental, obviamente por seu o nosso contexto. Então, é a partir da Grécia que começa a formação dos conceitos históricos educacionais e culturais da humanidade, depois vêm os outros períodos, a Antiguidade Romana, a Idade Média, o Renascimento, o Iluminismo e a Época Contemporânea.

Os percursos transitados em cada período mostram-nos o contexto histórico e principalmente, os avanços que ocorreram no campo da pedagogia. É na Grécia Antiga (séc. XX a. C. - séc. II a. C) que nasce o primeiro modelo pedagógico, a Paideia, seguindo duas vertentes: de um lado destacava a visão filosófica de Platão, e do outro predominava a retórica defendida pela escola de Isócrates. Nos outros períodos os ensaios pedagógicos também aconteceram; na Antiguidade Romana (séc. II a. C. - séc V d. C.) o pensamento pedagógico continuou baseado no modelo da retórica, defendido por Isócrates; na Idade Média (séc. V -, XV) apesar de ter recebido o conotativo de "Idade das Trevas", também se pensou no fazer pedagógico, mesmo sendo esse de maneira pragmática, ou seja, a educação voltada única e exclusivamente para a Igreja, que neste período se tornou a detentora do conhecimento e a que tinha o poder da palavra. Impondo a filosofia cristã, que se estendeu por dois períodos: Patrística e Escolástica. Destacou-se os padres enciclopedistas, que traduziram a cultura antiga adequando-a às verdades teológicas. No Renascimento (séc. XV - XVI) a pedagogia começa a tomar atalhos da secularização do pensamento, com anseio do antropocentrismo de uma educação mais laica, as produções pedagógicas, ainda não tanto filosófica começam a surgir; destacando os nomes de Juan Luis Vives (1492-1540), Erasmo de Rotterdam (1467-1536), François Rabelais (1494-1553), Michel de Montaigne (1533-1592).
Na resistência às novas ideias da secularização do pensamento a Igreja Católica surg
e com a Contrarreforma, encabeçada principalmente, pela Companhia de Jesus, um dos modelos de educação que mais se destacou no Brasil na época da colonização. A Companhia organizou através dos resultado das experiências o documento Ratio Studiorum que significa "Organização e plano de estudos". No século XVII, conhecido como o "século do método", que, ao fecundar a ciência e a filosofia, repercutiu nas teórias pedagógicas. Neste século filósofos como Descartes (1596-1650), Francis Bacon (1561-1626), John Locke (1588-1679), Hume, Espinoza discutiram a teoria do conhecimento segundo questões de método. Entre outros como João Amós Comênio (1592-1670), Fénelon (1651-1715). Já no século XVIII, caracterizado como século das Luzes por ter gerando grandes transformações intelectual, partindo em especial do ponto de vista pedagógico e pela política educacional focada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Como defensores serão agrupados os que mais se destacaram e deram suas contribuições pedagógicas: Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Immanuel Kant (1724-1804). Foi no século XIX que a educação preconizada por Comênio, séc.XVII: "ensinar tudo a todos", começou a se concretizar. O ideário pedagógico do século XIX destaca três principais tendências: # A corrente positivistas, tendo como percurso o francês Augusto Comte (1798-1857). #A corrente do idealismo, Hegel (1770-1831), foi o mais importante dos pensadores idealistas. #A corrrente materialista, composta por críticos que influenciaram a vertente socialista, representada sobretudo por Marx (1818-1883) e Engels (1820-1895). Outros pedagogos deste período se destacaram, contribuindo para idealizar métodos eficientes para aquisição dos conhecimentos: Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Friedrich Froebel (1782-1852), Johann F. Herbart (1776-1841), Friedrich Nietzsche (1844-1900).
Contudo foi a partir do final do século XIX que as reflexões educacionais e pedagógicas passaram a ser objetos de experiência e de estudo, mas para haver avanços no pensamento humano, os seres humanos tiveram que se emanciparem, tornando-se autônomos no seu modo de pensar e de ser, libertando-se do domínio da Igreja. Para tanto o direito sobre si só começou a ser conquistando a partir dos pensamentos iluministas do séc. XVIII e com as lutas travadas no séc. XIX através das lutas revolucionárias para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Foi por meio dos embates acontecidos nos períodos anteriores ao séc. XX, que as mulheres adquiriram o direito de votar e de estudar a partir do final séc. XIX e início do séc. XX, a pedagogia se alinhou aos conhecimentos científico, interessando desta maneira pelos métodos adequados, buscando compreender o processo de aprendizagem, tanto da vertente humanista quanto a naturalista. Também foi pela contribuição da psicologia, da sociologia e de outras ciências que os ensaios pedagógicos foram tomando espaço de discussão sobre a prática e métodos de diferentes vertentes assumindo o papel predominantemente essências para a formação educacional do ser humano. É fundamental saber que os teóricos investiram na psicologia, na sociologia, buscando investigar e compreender a interferência destas ciências no que fere a aprendizagem da criança; dentre eles: Émile Durkheim (1858-1917) na sociologia, Pavlov (1849/1936) e B. Frederich Skinner (1904-1990) na psicologia. O filosofo e pedagogo John Dewey (1859-1952) também influênciu bastante a pedagogia atual, desenvolvendo o método da teoria funcional, a criança aprende fazendo. Ele foi um grande contribuinte da divulgação dos princípios da Escola Nova. Já a médica Maria Montessori (1870-1952) foi a primeira mulher a se formar em mediciana e a desenvolver um método de ensino, no qual ela defendia que a criança aprende da unidade para o todo e que a autoeducação era suficiente para garantir a aprendizagem. Foi Montessori também quem difundiu a concepção de construção de creches para atender filhos de operários. Contrário ao método montessoriana, Ovide Decroly (1871-1932) acreditava que a aprendizagem parte do todo para a unidade. No entanto o método de Célestin Freinet (1896-1966) valorizava e estimulava a cooperação, a iniciativa e a participação. Além dos teóricos já citados faz-se importante ressaltar os mais contemporâneos, pois muitas de suas teorias são ressônancia das teorias passadas, os que se destacam são: Jean Piaget (1896-1980) foi o responsável pela investigação da psicologia genética, fundamentada no desenvolvimento cognitivo do ser humano. Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) desenvolveu a teoria do desenvolvimento proximal, usando o conceito da mediação através do contato social. Emilia Ferreiro (1937) usou como fundamento a teoria de Piaget, seu mestre para desenvolver a concepção da psicogênese da escrita. Edgar Morin (1921) idealizou a teoria do pensamento complexo. Philippe Perrenoud (1944) desenvolve então o conceito da construção da competência. E aqui no Brasil surgiu o nome de Anísio Teixeira (1900-1971) e de Paulo Freire (1921-1997).
Os ensaios pedagogios foram fundamentais para o aparecimento de diversas teorias que buscam ao longo do tempo ajustar o ensino e a aprendizagem. Contudo ainda muitos ensaios continuam sendo realizados pelos teóricos da contemporaneidade na busca incessante de um método eficiente que possibilite a aprendizagem de todas as crianças, independente do seu estado físico e mental, por conta disto, agora mais do que nunca as ciências se atrelaram a pedagogia.
Estudar a História da Educação e da Pedagogia é um convite para conhecer os caminhos transitados por vários séculos pelos seres humanos na busca incansável de construir um mundo mais humano.

Resumo referenciado no livro: História da Educação e da Pedagogia: Geral e do Brasil. ARANHA, Maria L. Arruda. 3ª ed. rev. e ampl.- São Paulo: Moderna. 2006.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Oficina de Áudio



O universo tecnológico é formado por diferentes ambientes que jorram possibilidades de ensino e de aprendizagem, que a pouco tempo atrás eu não tinha ideia do quanto posso usá-los para melhorar a minha prática no ambiente escolar. A cada novo Ciclo novas descobertas do potencial que as novas tecnologias nos apontam.
O uso do áudio como instrumento educativo, por exemplo, é um recurso que promove a exploração de várias linguagens utilizadas no ambiento escolar, porém com o diferencial do lúdico, do atrativo, da criatividade, do descobrir fazendo, entre outras vantagens. No entanto só vir dar conta das possibilidades através da Oficina de Áudio, pois percebi que através do uso do áudio posso utilizar a língua escrita sendo reproduzida na língua oral. Como
aponta a professora de educação física Sandra Lúcia dos Santos, da Escola Municipal Rui Bloin, a rádio que funciona em sua unidade de ensino já exerce um importante papel pedagógico. “Os alunos mais tímidos ou com dificuldade nos esportes encontraram um excelente meio de expressão – podem falar sem precisar aparecer.”
Nesse depoimento da professora fica claro também o funcionamento da inclusão, pois todos terão chances de participar sem precisarem ser vistos.
Enfim, os aparatos tecnológicos são recursos que bem usados propiciam grandes desafios e bons resultados na aprendizagem dos nossos alunos.