domingo, 7 de novembro de 2010

Geac Tic



Síntese dos texos:
Subjetividade, tecnologia e escolas (Márcia Leite e Valter Filé; orgs.)
"Cabeças digitais" um motivo para revisões na prática docente (Roseane A. dos S. Abreu)

O texto "Subjetividade, tecnologia e escolas aborda o espaço/tempo na subjetividade do sujeito e a relação que este estabelece com o meio; espaço escolar, tecnologias e os indivíduos que também se inserem neste espaço, intercalando suas histórias, constituindo uma rede no plural, intercruzando espaços/tempos.
Para refletir sobre espaços/tempos é preciso "romper com a ideia do espaço único e neutro," segundo (Leite e Filé, orgs. p. 117), pois os espaços se configuram na realidade de cada individuo de modo diferente, a partir do tempo em que está vivenciando as situações decorrentes. E quando se parte para o ambiente escolar esses indivíduos precisam ser considerados e respeitados dentro de suas singularidades. Para tanto, é importante, perceber que os alunos e alunas têm o seu próprio tempo de receber e assimilar informações e que o uso das novas tecnologias na sala de aula não serão o fator primordial para que a aprendizagem aconteça de forma homogenia, alias, não existe formas nem concepções que possibilitará uma aprendizagem uniforme entre os sujeitos, pois cada um é um. Assim sendo, é importante refletir sobre o uso das diferentes ferramentas tecnológicas, sejam eles; caderno, lápis, computador, retroprojetor, televisão ou outros. O foco da reflexão é direcionado ao fazer pedagógico utilizando essas ferramentas, percebendo se elas garantem por si só as necessidades dos alunos e das alunas.
Leite e Filé-orgs. (p.122) ressaltam que: "Saber fazer o uso "adequando" das tecnologias é apenas um dos fios que se podem puxar para pensar a educação e, importa dizer, isso vai além de utilizar o retroprojetor, a televisão, o vídeo ou o computador. Estes são, apenas, alguns dos instrumentos que requerem técnicas".
Portanto, não é simplesmente, aprender sobre técnicas para fazer uso das ferramentas, o interessante são os usos 'astuciosos' e 'clandestinos' que se fazem destes produtos. Compartilhando, principalmente as experiências, considerando os movimentos singulares e coletivos que possibilitam a construção de histórias originais, revelando as microdiferenças entre os sujeitos.
Isso significa que é ilusório acreditar que a educação só será de qualidade se houver as novas e avançadas ferramentas tecnológicas. O que se deve considerar é a atuação de cada um e do grupo na construção dos saberes individuas e coletivos.
Por isso, do ponto de vista de Leite e de Filé: "[...] poderemos perceber que o cotidiano escolar é um espaço/tempo de emancipação, em que é possível aos sujeitos, pelas próprias formas de utilizar o que lhes é imposto, criar alternativas, inovar, reinventar, apropriar-se de modo singular e original e principalmente reconhecer a relevância do que produzem"(125).
Neste sentido, se faz necessário fazer emergir uma nova concepção de educação que busque reavaliar o conhecimento-emancipação [...] (LEITE e FILÉ, p 125).
O conhecimento-emancipação é uma concepção que deve ser considerando no texto "Cabeças digitais": um motivo para revisões da prática docente, por se tratar de um assunto da necessidade de re-significar o fazer pedagógico do docente mediante a penetração da Internet no espaço escolar.
Para tanto, é necessário revisar o fazer docente, percebendo "que o processo de globalização fortimento incrementado pelas redes de computadores, faz com que as fronteiras nacionais desapareçam e surja uma espécie de sociedade virtual" (CEBRIÁN, 1999 apud ABREU, p.163).
Nos dias atuais, a educação convencional vem se degradando gradativamente. O movimento do desenvolvimento depende, também da escola para formar sujeitos capacitados para as novas exigências do mercado. As escolas não podem ficar aquém dos novos avanços e precisam ser inseridas no novo conceito de sociedade dinâmica. Portanto, é evidente que os professores se adequém ao novo sistema de ensino e de aprendizagem, mas para que isso aconteça de fato, o paradigma de "dono do saber" precisa ser quebrado. A emancipação do saber está invadindo as escolas, principalmente, quando se trata do uso das ferramentas digitais, os alunos e alunas detém muito mais conhecimento do que os professores.
Pensando na concepção pelo viés da hierarquia, os papeis se invertem, isso é, perigoso para os professores que não estão preparados para abrir mão do poder. Porém é preciso saber lidar com a nova situação e a pressão inerente do novo cenário escolar.
O novo fazer pedagógico deve ser revestido de movimentos dinâmicos. É necessário que os professores, segundo Abreu (p.176): "Reconhecem que o modelo no qual a maioria foi constituída está ultrapassada e que precisam construir uma prática mais colaborativa, baseada na troca entre professores e alunos".
Segundo Abreu (p. 177): Manter-se atualizado, não somente no que se refere ao conhecimento, mas também à tecnologia, parece ser, uma exigência".

Ambos os textos indagam sobre o uso das ferramentas tecnológicas digitais, principalmente, no espaços escolares, o como estar sendo a receptividade entre os professores e o uso das ferramentas, como estes estão lidando com as novas exigências. Contudo, o fazer pedagógico precisa ser revitalizado pondo em prática as novas possibilidades de interação do saber entre professores e alunos.

No filme "Entre os muros da escola" pode-se perceber a mudança de postura do professor de francês quando se muda de ambiente. No habitual ambiente da sala de aula ele se mantém no seu posto de "dono do saber", já quando ele e os alunos vão para sala de informática o professor tornar-se reflexivo, permitindo as intervenções dos alunos.
Será que o ambiente da sala de aula tende a engessar o professor de tão maneira, que ele só consegue perceber capacidade em si mesmo?

O professor precisa se adequar as novas demandas exigida pelos alunos contemporâneos, a atividade arcaica da exposição, que só o professor fala e os alunos ouvem não enquadra mais no contexto atual. Os alunos estão atenados e exigem atualização dos professores. A articulação do ensino com novas ferramentas faz-se necessária no ambiente da sala de aula. Pois, os alunos atuais estão inseridos em um contexto mais dinâmico e consequetemente, a utilização das ferramentas tecnológicas fazem parte do cotidiano deles, muito mais do que dos professores.



Referências:

LEITE, Márcia; FILÉ, Valter (orgs). Subjetividades, tecnologias e escolas. Rio de Janeiro: DS&A, 2002.

ABREU, Roseane Albuquerque dos S. "Cabeças digitais": um motivopara revisões na prática do docente. São Paulo: Loyola, 2006.

Um comentário:

Maristela Midlej disse...

Oi Brisa,

Sua síntese demonstra que conseguiu perceber as mudanças nas práticas docentes a partir do uso das TIC e como elas podem romper o tempo cronometrado da "grade" curricular e o espaço limitado as paredes da sala de aula.

abs,
Maristela