segunda-feira, 23 de novembro de 2009

GEAC: AO LONGO DA HISTÓRIA

HISTORIA DA EDUCAÇÃO E DA PEDAGOGIA AO LONGO DO TEMPO

Há muitas maneiras de resgatar a memória
do passado a partir de documentos,
mas caberá ao historiador
levantar hipóteses sobre as fontes investigativas.
(Túmulo de um guerreiro Mochem, com cerca de 1500 anos, Peru Apud ARANHA, 2006).



História da educação e da pedagogia ao longo do tempo é de fato um estudo imprescindível para nós, professores. Pois, é neste contexto que poderemos transitar para obter a compreensão da evolução do sistema de ensino e aprendizagem e também as ressonâncias que permeiam até os dias atuais a nossa prática no âmbito escolar e a nossa cultura social, política e econômica.

Neste sentido nos cabe saber que temos uma educação alicerçada nos parâmetros europeus, não só pelo fato histórico de termos sido colonizados pela monarquia portuguesa, mas também porque o Brasil está situado no hemisfério ocidental, esses dois aspectos mostram a influência de vários períodos da história da civilização humana na nossa formação em pleno século XXI.

O percurso que traçamos nos encontros do Geac tem inicio na Grécia Antiga (a. C.), período demarcado pelo nascimento de Cristo, para os cristãos. A Grécia ganhou a consistência histórica de berço da civilização, por ter influenciado na formação cultural e educacional de outras nações, neste estudo o foco ficou direcionado ao Ocidental, obviamente por seu o nosso contexto. Então, é a partir da Grécia que começa a formação dos conceitos históricos educacionais e culturais da humanidade, depois vêm os outros períodos, a Antiguidade Romana, a Idade Média, o Renascimento, o Iluminismo e a Época Contemporânea.

Os percursos transitados em cada período mostram-nos o contexto histórico e principalmente, os avanços que ocorreram no campo da pedagogia. É na Grécia Antiga (séc. XX a. C. - séc. II a. C) que nasce o primeiro modelo pedagógico, a Paideia, seguindo duas vertentes: de um lado destacava a visão filosófica de Platão, e do outro predominava a retórica defendida pela escola de Isócrates. Nos outros períodos os ensaios pedagógicos também aconteceram; na Antiguidade Romana (séc. II a. C. - séc V d. C.) o pensamento pedagógico continuou baseado no modelo da retórica, defendido por Isócrates; na Idade Média (séc. V -, XV) apesar de ter recebido o conotativo de "Idade das Trevas", também se pensou no fazer pedagógico, mesmo sendo esse de maneira pragmática, ou seja, a educação voltada única e exclusivamente para a Igreja, que neste período se tornou a detentora do conhecimento e a que tinha o poder da palavra. Impondo a filosofia cristã, que se estendeu por dois períodos: Patrística e Escolástica. Destacou-se os padres enciclopedistas, que traduziram a cultura antiga adequando-a às verdades teológicas. No Renascimento (séc. XV - XVI) a pedagogia começa a tomar atalhos da secularização do pensamento, com anseio do antropocentrismo de uma educação mais laica, as produções pedagógicas, ainda não tanto filosófica começam a surgir; destacando os nomes de Juan Luis Vives (1492-1540), Erasmo de Rotterdam (1467-1536), François Rabelais (1494-1553), Michel de Montaigne (1533-1592).
Na resistência às novas ideias da secularização do pensamento a Igreja Católica surg
e com a Contrarreforma, encabeçada principalmente, pela Companhia de Jesus, um dos modelos de educação que mais se destacou no Brasil na época da colonização. A Companhia organizou através dos resultado das experiências o documento Ratio Studiorum que significa "Organização e plano de estudos". No século XVII, conhecido como o "século do método", que, ao fecundar a ciência e a filosofia, repercutiu nas teórias pedagógicas. Neste século filósofos como Descartes (1596-1650), Francis Bacon (1561-1626), John Locke (1588-1679), Hume, Espinoza discutiram a teoria do conhecimento segundo questões de método. Entre outros como João Amós Comênio (1592-1670), Fénelon (1651-1715). Já no século XVIII, caracterizado como século das Luzes por ter gerando grandes transformações intelectual, partindo em especial do ponto de vista pedagógico e pela política educacional focada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Como defensores serão agrupados os que mais se destacaram e deram suas contribuições pedagógicas: Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Immanuel Kant (1724-1804). Foi no século XIX que a educação preconizada por Comênio, séc.XVII: "ensinar tudo a todos", começou a se concretizar. O ideário pedagógico do século XIX destaca três principais tendências: # A corrente positivistas, tendo como percurso o francês Augusto Comte (1798-1857). #A corrente do idealismo, Hegel (1770-1831), foi o mais importante dos pensadores idealistas. #A corrrente materialista, composta por críticos que influenciaram a vertente socialista, representada sobretudo por Marx (1818-1883) e Engels (1820-1895). Outros pedagogos deste período se destacaram, contribuindo para idealizar métodos eficientes para aquisição dos conhecimentos: Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Friedrich Froebel (1782-1852), Johann F. Herbart (1776-1841), Friedrich Nietzsche (1844-1900).
Contudo foi a partir do final do século XIX que as reflexões educacionais e pedagógicas passaram a ser objetos de experiência e de estudo, mas para haver avanços no pensamento humano, os seres humanos tiveram que se emanciparem, tornando-se autônomos no seu modo de pensar e de ser, libertando-se do domínio da Igreja. Para tanto o direito sobre si só começou a ser conquistando a partir dos pensamentos iluministas do séc. XVIII e com as lutas travadas no séc. XIX através das lutas revolucionárias para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Foi por meio dos embates acontecidos nos períodos anteriores ao séc. XX, que as mulheres adquiriram o direito de votar e de estudar a partir do final séc. XIX e início do séc. XX, a pedagogia se alinhou aos conhecimentos científico, interessando desta maneira pelos métodos adequados, buscando compreender o processo de aprendizagem, tanto da vertente humanista quanto a naturalista. Também foi pela contribuição da psicologia, da sociologia e de outras ciências que os ensaios pedagógicos foram tomando espaço de discussão sobre a prática e métodos de diferentes vertentes assumindo o papel predominantemente essências para a formação educacional do ser humano. É fundamental saber que os teóricos investiram na psicologia, na sociologia, buscando investigar e compreender a interferência destas ciências no que fere a aprendizagem da criança; dentre eles: Émile Durkheim (1858-1917) na sociologia, Pavlov (1849/1936) e B. Frederich Skinner (1904-1990) na psicologia. O filosofo e pedagogo John Dewey (1859-1952) também influênciu bastante a pedagogia atual, desenvolvendo o método da teoria funcional, a criança aprende fazendo. Ele foi um grande contribuinte da divulgação dos princípios da Escola Nova. Já a médica Maria Montessori (1870-1952) foi a primeira mulher a se formar em mediciana e a desenvolver um método de ensino, no qual ela defendia que a criança aprende da unidade para o todo e que a autoeducação era suficiente para garantir a aprendizagem. Foi Montessori também quem difundiu a concepção de construção de creches para atender filhos de operários. Contrário ao método montessoriana, Ovide Decroly (1871-1932) acreditava que a aprendizagem parte do todo para a unidade. No entanto o método de Célestin Freinet (1896-1966) valorizava e estimulava a cooperação, a iniciativa e a participação. Além dos teóricos já citados faz-se importante ressaltar os mais contemporâneos, pois muitas de suas teorias são ressônancia das teorias passadas, os que se destacam são: Jean Piaget (1896-1980) foi o responsável pela investigação da psicologia genética, fundamentada no desenvolvimento cognitivo do ser humano. Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) desenvolveu a teoria do desenvolvimento proximal, usando o conceito da mediação através do contato social. Emilia Ferreiro (1937) usou como fundamento a teoria de Piaget, seu mestre para desenvolver a concepção da psicogênese da escrita. Edgar Morin (1921) idealizou a teoria do pensamento complexo. Philippe Perrenoud (1944) desenvolve então o conceito da construção da competência. E aqui no Brasil surgiu o nome de Anísio Teixeira (1900-1971) e de Paulo Freire (1921-1997).
Os ensaios pedagogios foram fundamentais para o aparecimento de diversas teorias que buscam ao longo do tempo ajustar o ensino e a aprendizagem. Contudo ainda muitos ensaios continuam sendo realizados pelos teóricos da contemporaneidade na busca incessante de um método eficiente que possibilite a aprendizagem de todas as crianças, independente do seu estado físico e mental, por conta disto, agora mais do que nunca as ciências se atrelaram a pedagogia.
Estudar a História da Educação e da Pedagogia é um convite para conhecer os caminhos transitados por vários séculos pelos seres humanos na busca incansável de construir um mundo mais humano.

Resumo referenciado no livro: História da Educação e da Pedagogia: Geral e do Brasil. ARANHA, Maria L. Arruda. 3ª ed. rev. e ampl.- São Paulo: Moderna. 2006.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Oficina de Áudio



O universo tecnológico é formado por diferentes ambientes que jorram possibilidades de ensino e de aprendizagem, que a pouco tempo atrás eu não tinha ideia do quanto posso usá-los para melhorar a minha prática no ambiente escolar. A cada novo Ciclo novas descobertas do potencial que as novas tecnologias nos apontam.
O uso do áudio como instrumento educativo, por exemplo, é um recurso que promove a exploração de várias linguagens utilizadas no ambiento escolar, porém com o diferencial do lúdico, do atrativo, da criatividade, do descobrir fazendo, entre outras vantagens. No entanto só vir dar conta das possibilidades através da Oficina de Áudio, pois percebi que através do uso do áudio posso utilizar a língua escrita sendo reproduzida na língua oral. Como
aponta a professora de educação física Sandra Lúcia dos Santos, da Escola Municipal Rui Bloin, a rádio que funciona em sua unidade de ensino já exerce um importante papel pedagógico. “Os alunos mais tímidos ou com dificuldade nos esportes encontraram um excelente meio de expressão – podem falar sem precisar aparecer.”
Nesse depoimento da professora fica claro também o funcionamento da inclusão, pois todos terão chances de participar sem precisarem ser vistos.
Enfim, os aparatos tecnológicos são recursos que bem usados propiciam grandes desafios e bons resultados na aprendizagem dos nossos alunos.